Tuesday, December 31, 2024
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9 tendências para o mercado de bebidas e coquetelaria em 2025


Chegou a época das Tendências do Mercado de Bebidas para 2025. Saiba o que está sendo falado e o que deve acontecer nos bares do mundo inteiro.

Todo ano é a mesma coisa. Começam a pipocar as tais “Tendências para o Mercado de Bebidas”, “Tendências para a Coquetelaria”, “Tendências dos Drinks”, tendências e mais tendências. Algumas são mirabolantes, outras estão ultrapassadas, tem aquelas que forçam a barra, as que estão mais pra volta dos que não foram e até as patrocinadas por marcas.

Basicamente, uma tendência é como uma onda de consumo que se forma com intensidade e quantity maior, mas que ainda não ganhou a força para mudar uma realidade coletiva, ao mesmo tempo já deixou de ser uma prática em bares isolados por poucas cidades. Ou seja, sim, pode ser que você já tenha visto algo parecido no seu bar favorito, e isso só confirma que esse tema tende a crescer nos próximos meses, anos.

Ouvimos dezenas de bartenders, embaixadores, mixologistas e gerentes de marcas em todo o Brasil além de mapear os principais veículos do ramo nos sete continentes para só então dar a nossa visão sobre o que “a nossa bola de cristal diz a respeito do futuro do consumo de bebidas alcoólicas e coquetéis no próximo ano”. Pra finalizar, produzimos essa lista com três categorias, cada uma com três temas:

– Tendências que dão continuidade aos últimos anos:
(Extremely Saborizados e Cremosos) (Rum, Agave e Vermutes) (Low & No Alcohol)

– Novidades globais que devem pingar por aqui:
(Retorno dos Martinis) (Retorno do Molecular) (Premiunização das Bebidas)

– Apostas do Mixology Information que vão surpreender:
(Collabs)  (Drinks Salgados e Umamis) (Hiper Localismo)

Rum, Agave e Vermutes

Chegou o ano do rum?? Ou será que ele perdeu a vez para o ano do agave, tequila e mezcal? Ou ainda, ele vai ter que aguardar mais uma vez porque os spritzes, amaros, vermutes e cia estão ganhando espaço? É dificil compreender, porque talvez, é tudo isso que está acontecendo (e mais um pouco).

Para bater de frente com alto quantity do gin precisaremos de uma grande movimentação do mercado (e talvez de fatores externos e históricos), então, sendo bem pragmático e conservador, vamos seguir apostando no gin como carro-chefe dos bares pelo mundo.

Low & No Alcohol

Coquetéis sem álcool ou com baixo teor alcoólico (NoLo) segue ganhando espaço na cena de bares e em alguns casos se tornando o centro das atenções como parte essencial de um bom cardápio de drinks. Em 2025 veremos uma explosão de mocktails cada vez mais levados a sério, com receitas inovadoras e sem a cara de “drink café com leite.”

Com um número cada vez maior de bebedores escolhendo opções conscientes, espere ver infusões botânicas e combinações de sabores únicas sem usar ou abusar de bases alcoólicas. Pense em shrubs vibrantes, refrigerantes com infusão botânica e coquetéis à base de kombucha que permitem que os clientes beberam como qualquer outro cliente da casa.

extremely saborizados e cremosos

Uma tendência especialmente brasileira nos últimos 2 anos, os extremely saborizados e cremosos devem seguir em alta em 2025.

Foco em Don Luiz, representante baiano do grupo de cremosos alcoólicos de doce de leite e Ballena, bebida cremosa à base de morango e tequila, criada em 2012 e que cresce 600% nos últimos anos. Correndo junto, o Licor 43 se torna um representante desta categoria por conta do Carajillo, drink que combina apenas o licor espanhol com espresso.

Novos produtos como Macadomo, licor de caramelo ao leite como macadamia e Liebe Dich, licor da Destilaria Schluck à base de chocolate branco com pistache.

retorno dos martinis

Dry Martini, Vodka Martini e especialmente Soiled Martini tem tido sua populariade aumentando em todo mundo, especialmente Europa e Estados Unidos. Está caindo (novamente) no gosto dos amantes não-profissionais da coquetelaria, diferentes segmento da moda e de life-style estão tratando do drink como uma bebida em plena ascensão.

Olhando para as macrotendências de escapismo e a discussão de um actual conflito continental envolvendo as maiores potências do mundo, esbarramos em um já conhecido elemento que se repetiu em 1915 e 1945, sempre à espreita das grandes guerras, um Martini.

Aprenda a fazer um Soiled Martini aqui

Retorno do Molecular

Tudo que vai volta. E volta mais forte. Period 2009 quando a coquetelaria viu a mixologia molecular trazer técnicas inovadoras compartilhadas da gastronomia molecualar de Ferran Adriá, Hervé This e Nicholas Kurt. Abusamos das esferas, ares, espumas, géis e gemas e em poucos anos o mercado saturou e abraçou o mundo dos speakeasies e dos coquetéis esquecidos.

Agora, tudo isso retorna, menos envelopado como molecular (mais dinâmico nos reels de instagram), como um conjunto de técnicas da indústria de alimentos e bebidas que passaram a auxiliar o bar em pequena escala a resolver problemas de aplicação de bebidas. E aí entraram o mundão dos clarificados, a period dos gaseificados (viva Preshh), o mundo descobrindo os espumados à la Moscow Mule, mas também incorporando tecnologia funcional de ponta como o já quase batido rotovap e suas mil finalidades.

A indústria alimentícia porcionou para bartenders os ácidos de todos os tipos, gelificantes, hidrosóis, fatwashing e pectinases para nossa manipulação dentro do bar e nossas centrífugas e sous-vide cantaram como nunca na produção.

Premiunização dos Produtos

2024 foi o ano em que vimos uma quantidade enorme de lançamento de produtos em todo o mundo, em especial, whiskies comemorativos e novos rótulos de tequila tremendous premium.

No Brasil,  o lançamento de cachaças especiais, em embalagens luxuosas e bebidas cada vez mais trabalhadas no alambique mostram que o mercado não está estagnado muito menos querendo oferecer novos produtos de média ou baixa qualidade, coisa que o mercado já está bem servido.

Agora é hora de olhar para cima, produzindo marcas sofisticadas que criam conexão e desejo com o consumidor de alto padrão, de luxo.  Não se espante se em 2025 você ver algumas vezes a frase “Bebida mais cara do mundo é lançada…” “Bebida mais isso ou aquilo”….

collabs sem fim

Uma vez eram os visitor bartenders (bartenders preparando drinks em outros bares por uma noite). Depois, os Visitor Shifts (quase a mesma coisa, mas com vários bartenders visitando um bar e fazendo uma invasão) e hoje temos o surgimento das Collabs. Ou ainda, Collabs sem fim.

Esse formato é uma nova ferramenta de advertising dos bares (e dos bartenders) nas redes sociais, onde um as trocas de profissões acontecem em diversos cenários e motivos possíveis. Imagina um famoso chef de um restaurante japonês criando uns drinks para o novo bar japonês da cidade? Ou a bartender de um speakeasy baladado criando uma sobremesa temporal para uma boulangerie?

E tudo isso (mais do que gostoso e inventivo), filmados em 4k e publicado em vários reels nas redes sociais? É isso, veremos um sem fim de profissionais trabalhando menos na sua barra para se promover em barras alheias.

Drinks Salgados e Umamis

Salgados e Umamis. Chegou a sua hora. Cada vez mais surgem drinks saborosos com a complexidade sensorial e dando um espacinho para as salmouras, azeitonas, cogumelos entre outros.

Foi-se o tempo que os bares traziam apenas opções frutadas, doces, cítricas e refrescantes, as conhecidas caipis. Além das Palomas, Soiled Martini que vão explodir nas próximas cartas, não deixe de curtir drinks com vermutes e azeitona, bem refrescantes e complexos.

Ao lado, o maravilhoso Soiled Cardinale, do Krozta Bar (SP) que representa bem a fusão dos sabores adocicados, amargos, cítricos, salinos e umami. Um aperitivo à moda siciliana que abre qualquer apetite.

Hiper Localismo

Os bares de bairro estão voltando! Uma bola que a gente cantou lá em 2015 está dando as caras novamente. Apoiado no conceito de hiperlocalização (ande até 3 quarteirões para beber bem), sustentabilidade operacional e financeira (contrate pessoas que moram próximo e venda produtos que foram produzidos localmente), menus sazonais (podendo ser trocados mensalmente, de acordo com a oferta de produtos, ingredientes e datas) e storytelling regional (os bares contando a história do seu povo, da sua cidade, do seu bairro, das suas culturas e tradições locais.

Acrescente à esse tempero já conhecido um fresquíssimo ingrediente. Cada vez mais, há um sincero desinteresse de bares, bartenders, marcas e clientes em atender à cartilha de sucesso proposta pelos titâs da cena world de coquetelaria para atingir o Olimpo do 50º Greatest Bars. Isso custa, no corpo, na alma, no coração e no bolso de muitos que ficam de fora da festa. Quem ganha com isso é o cliente, pois todo o foco do negócio passa a ser atender como nunca seja lá quem for que sentar no balcão do bar.

Bares como Pina Drinques e Bagaceira (SP), Surubar (RJ), Iracema Bar (Brasília), Minibar Gem (Salvador), Muamba Bar (Belém) e Capincho (RS) podem representar em certos pontos essas características.



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